É
tempo de cuidado. Cuidado com a palavra. Cuidado com os pensamentos. Cuidado
com as opiniões. Principalmente com velhas opiniões. O mundo mudou. As opiniões mudaram.
Mudaram-se as atitudes. E, continuarão a mudar de forma mais rápida ainda.
Muitos
de nós não temos respostas para novos comportamentos, novas filosofias, novas
crenças, novas óticas de uma realidade nova, iminente.
A
dinâmica ideológica que nos imprime o tempo, exige de nós, pobres mortais, a
tal “metamorfose ambulante”, pregada nos anos 60. Ninguém mais se sustenta com
uma “velha opinião formada sobre tudo”.
A
evolução chegou. Chegou, bem mais rápido que os nossos conceitos. Ainda não
fomos capazes de elaborarmos conceitos, para definirmos os novos tempos e já
estão a nos exigir que saiamos da fase do pré-conceito, “pré”, no sentido
daquilo que antecede.
Essa
mudança de tempos, não aceita a imobilidade intelectual. É preciso avançar.
Buscar conhecimento, cultura, educação ampla. Estudar a Bíblia. Senão, corremos
o sério risco de cairmos no conservadorismo radical, na caretice, no fanatismo e principalmente, no fundamentalismo
religioso.
O
fundamentalismo religioso é o termo usado para se referir à crença na
interpretação literal dos livros sagrados. Fundamentalistas são encontrados
entre religiosos diversos e pregam que os dogmas de seus livros sagrados sejam
seguidos à risca.
As conquistas e mudanças da modernidade, são, um
tapa na velha ordem conservadora. E causam uma angústia incompreensível e inaceitável
nos fundamentalistas religiosos. Obrigando-os a se isolarem.
Estas
atitudes isolacionistas tendem a criar guetos, verdadeiras organizações
fundamentalistas que se escondem sobre a bandeira da defesa da moralidade, da
família, da propriedade, das tradições etc.
Ética e politicamente, os fundamentalistas
rejeitam a homossexualidade, o aborto, a Teoria da Evolução e a possibilidade
de salvação fora do Cristianismo. E partem para o fanatismo.
Winston Churchill, em
uma frase definiu muito bem a questão do fanatismo: “Fanático é aquele que
não muda de idéia nem de assunto!”; ou seja, de certa forma, tudo gira em
volta de sua opinião ou do seu pensamento fixo, sua verdade única.
Essas mudanças conceituais, comportamentais,
religiosas, familiares, fundamentalismos, racismo, homossexualismo, gera o
redemoinho filosófico que pode desembocar em uma tragédia ou histeria coletiva,
com previsões catastróficas inimagináveis. Um retrocesso no pensamento humano.
O fundamentalismo e o fanatismo estendeu
suas bases a todas as religiões. Pois, o que antes, pejorativamente era
atribuída aos muçulmanos agora é inerente a todas as crenças. A internet e as
redes sociais ampliaram o “debate” ou discussões religiosas.
Segundo o pensador português, Jean Lauand, o que
está por trás dos novos fanatismos religiosos - católicos, evangélicos,
espíritas, muçulmanos etc. - é uma antropologia errada, que leva também a uma
falsa doutrina das virtudes. A base dos fanatismos é o medo: medo à liberdade,
medo à vida, medo à cultura, medo, enfim, ao mundo, que é encarado de um modo
suspeito e hostil.
Tenho observado com muita atenção(e preocupação),
as discussões sobre religião e crenças na internet. Não me acho competente para
emitir opiniões, apesar de ter estudado toda a Bíblia.
Fui católico, coroinha, espírita, ateu e
incansável estudante do tema. Quando decidi ser mais coerente com minhas
convicções, tornei-me ateu. A vida perdeu um pouco do brilho de esperança, mas
ganhou mais lucidez e perdi muito dos meus medos, apesar de criar outros medos,
porém mais palatáveis.
Hoje, avesso à dogmas, doutrinas e igrejas me
considero um homem de fé. Sei que o verdadeiro Deus não está nas sinagogas.
Muito menos nos debates acalorados, talvez sim, no silêncio meditativo.
Compartilho da ideia de que, alguém que sente a
necessidade diária de dizer aos outros que é ateu convicto, cristão convicto,
homossexual convicto ou heterossexual convicto, na realidade ainda não acredita
nisso... mas espera que os outros acreditem.
Em tempos de padre
pedófilos, Papa abandonando o posto, pastores charlatões, racistas,
homofóbicos, falsos Médiuns espíritas e curandeiros, é difícil fugir da frase constantemente repetida ao
longo da narração de Grande sertão Veredas de Guimarães Rosa, é "O diabo
na rua, no meio do redemoinho".
Porém, vou buscar argumentação na
Bíblia sagrada, pois o momento nos remete à condição análoga de dúvidas e
incertezas que viveu o personagem Jó. E repito, o que nos atormenta é o medo. E
encontro a resposta para essa divagações pois, “Deus do meio de um redemoinho respondeu a Jó” (Jó 38:1); Não Temas!.
E Jô
permaneceu convicto de sua fé. Ele tinha ficado impressionado com sua própria insignificância à luz da
grandeza de Deus, e promete ficar calado.
Acredito
na epifania. Depois da epifania (momento de revelação) de Deus. Deus
é Amor e não é senão Amor!
E
o Amor não se guarda em si mesmo, não se reserva para si próprio mas
difunde-se, abre-se ao outro, cria relação. Na Verdade do Amor, ser Pessoa
significa ser ponto de encontro com Pessoas e entre Pessoas.
Não
podemos cair mais no grande engano, que, em nome de Deus, continuemos na
Igreja a condenar mais do que a acolher, a silenciar mais
do que a libertar, a conservar mais do que a renovar.
Jesus não veio para
nos tornar cristão. Jesus veio para nos tornar plenamente humanos.
A Epifania é exatamente isto Deus que se manifesta a todos os
povos… a todas as pessoas…a todos os homens…Não queiramos ter Deus só para
nós…porque Deus manifestou-se…deu-se a conhecer a todos os povos.
Deus é amor. Deus acolhe.
Edson Gallo.
Parabéns! Adorei o texto.
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